O Instituto Butantan anunciou a criação de uma uma força-tarefa para acelerar a produção e entrega da vacina contra a Covid-19. Para isso, dobrou de 150 para 300 o número de profissionais no setor de envase dos imunizantes. Com a ampliação de colaboradores, estima-se antecipar em um mês o envio de 54 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, contratadas pelo Ministério da Saúde no dia 15 de fevereiro.
Além disso, a área de Controle de Qualidade trabalha em regime quase contínuo para aumentar a rapidez da produção e entrega das vacinas. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse que essas 54 milhões de doses fazem parte do segundo contrato entre Butantan e Ministério da Saúde, e se somam às 46 milhões de doses atualmente em produção e envio, e que já estão sendo aplicadas na população.
“No cronograma contratado, a última entrega seria em setembro. Vamos fazer todo o esforço para adiantar essa produção. Esperamos que, no máximo, em agosto tenhamos entregue o total de 100 milhões de doses”, explicou.
Atualmente, a CoronaVac é a única vacina sendo usada em grandes volumes no Brasil. “É uma grande responsabilidade para o Butantan. Nossos funcionários têm o peso da responsabilidade de liberar essas vacinas o mais rapidamente possível”, afirmou Dimas Covas. O diretor do Instituto Butantan ressaltou ser necessário que o Ministério da Saúde amplie a quantidade de vacinas contra Covid-19 do Programa Nacional de Imunizações (PNI), contando com outros fornecedores além do Instituto.
(Foto: Reprodução/Instituto Butantan)
“Hoje há uma escassez de vacinas no mundo e isso impactou a estratégia do PNI. Além das vacinas do Butantan, nós deveríamos estar contando com outras vacinas em volumes apreciáveis. Infelizmente não estamos”, lamentou Dimas.
Apesar da alta demanda mundial, o Instituto tem uma parceria sólida com a farmacêutica chinesa Sinovac, o que evitará novas interrupções no envio de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), essencial para a produção da vacina. Um carregamento de mais oito mil litros de IFA está em processo final de autorização para exportação da China e deve chegar no começo de março.
A partir da próxima terça-feira (23), o Butantan enviará ao PNI 3,4 milhões de doses ao longo de oito dias - 426 mil doses por dia, em média. Essas doses compõem o total de 17,3 milhões de doses que estão hoje em processamento e fazem parte do total de 46 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde em janeiro. A expectativa é que a produção aumente a partir de abril, quando o Butantan poderá utilizar também a fábrica atualmente dedicada à fabricação da vacina contra a gripe.