Burnout terá sua classificação alterada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A síndrome será reconhecida como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. A partir do dia 1º de janeiro de 2022, passa a valer a nova classificação com a CID 11.
No texto anterior, burnout era considera como um problema na saúde mental, um quadro psiquiátrico caracterizado pelo esgotamento profissional, um estresse crônico ocasionado pela carga excessiva de trabalho que pode ser causado por sentimento de baixo rendimento de execuções de demandas, exaustão emocional e despersonalização que é uma sensação persistente ou recorrente de desligamento do próprio corpo ou processos mentais.
De acordo com o advogado trabalhista Vicente Resende, a doença tem relações com as atividades encarregadas ao funcionário e não deve ser previamente referente ao empregador, pois o estresse mal administrado causa reflexos na gestão empresarial. “Caso o empregado ajuíze uma ação contra seu empregador na Justiça do Trabalho com o diagnóstico da síndrome de Burnout, a empresa poderá ser responsabilizada e até pagar indenização. Serão coletadas diversas provas, como laudo médico, condições do ambiente de trabalho e relatos de testemunhas e a justiça fará uma análise para avaliar se houve cobranças agressivas, metas imbatíveis e assédio moral por parte da empresa”, explica o advogado.
A síndrome é costumeiramente relacionada ao âmbito laboral, devido ao recente relato de profissionais da saúde que em meio à pandemia apresentaram quadros de exaustão física e psicológica. Entre as profissões mais acometidas pela burnout estão as da área da saúde, como médicos e enfermeiros; profissionais que lidam diretamente com pessoas, como policiais, professores e jornalistas. Com o novo texto, a CID 11 também abrangerá doenças como estresse pós-traumático, distúrbio em jogos e resistência antimicrobiana.
A nova classificação pode ser vista como um alerta para os setores de gestão das empresas. Vicente Resende ressalta ainda o desafio para os empresários, que será a implementação de um quadro funcional que atenda os direitos dos funcionários a fim de promover o bem-estar no espaço empresarial. A prevenção ainda continua sendo a melhor solução.