No Brasil, a cada 24 horas, uma pessoa transexual é assassinada de forma violenta. O dado faz parte do "Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras", da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), e coloca o país no topo, pelo 14º ano consecutivo, como o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Para combater a violência contra esse público, foi criada, no Piauí, a Coordenadoria de Combate e Enfrentamento à LGBTfobia.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Leonna Osternes irá coordenar a pasta e pontua que será oferecida capacitação e qualificação aos profissionais das áreas da Saúde, Segurança e da Educação contra a LGBTfobia. “Sabemos que a discriminação está em todos os setores. Os índices [de mortes] do Piauí não são diferentes dos nacional, e o Estado não deixa de ser um transfóbico, que vai além do assassinato, inclui também o suicídio, devido à aceitação das pessoas e até dos próprios familiares”, explica.
Joseane Borges, diretora de Direitos da População LGBTQIA+, da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), destaca que a criação da Coordenação de Proteção à População LGBT, da Segurança Pública, é um grande ganho para o movimento, que lutam há muitos anos contra a violência sofrida por esse público. Além da Coordenação, outras ações estão sendo desenvolvidas pela Sasc.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
“Vamos elaborar um relatório de 100 dias, visando fomentar as políticas públicas para a população trans. Vamos reativar o grupo de trabalho que trata especificamente da Segurança no Estado. O GT é formado por gestores da Segurança Pública, Civil e Militares, do Corpo de Bombeiros e da Promotoria Pública. Já conseguimos efetivar 15 polos e nossa preocupação é aumentar e multiplicar o número de pessoas que estão conosco nessa luta”, enfatiza.
Chico Lucas, secretário de Segurança Pública do Estado, destacou que órgão irá criar uma Gerência de articulação de grupos vulneráveis, onde terão cinco coordenações trabalhando de forma articulada em prol das Mulheres, Crianças e Adolescentes, Pessoa com deficiência, Idosos e público LGBTQIA+,
“A coordenação irá implantar o protocolo de atendimento às vítimas de violência e intolerância, integrando o movimento social e a Força de Segurança, tanto na implantação do protocolo como na capacitação dos policiais civis e militares”, disse.