Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) encontraram fósseis de duas espécies de preguiça gigante durante uma escavação paleontológica na cidade de Várzea Branca, localizada a 600 km de Teresina. A descoberta ocorreu no último mês de setembro, mas só agora foi divulgada pela UFPI.
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Foto: Divulgação/UFPI
Segundo a universidade, além dos fósseis de preguiça gigante, também foram localizados fósseis de duas espécies de Gliptodonte, e um Proboscídeo (Notiomastodon), animais que são parentes dos elefantes atuais. O trabalho teve a participação de 15 alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Arqueologia, Ciências Biológicas e Geografia das duas Instituições.
O trabalho de campo faz parte do projeto Contribuição à Paleontologia do Quaternário no sul do Piauí. De acordo com o organizador da expedição, Juan Carlos Cisneros, do Curso de Arqueologia do Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI, a região foi escolhida devido ao relato de moradores que, durante a escavação de cacimbas para obter água, encontraram ossos de grande porte, além de terem sido encontrados mamíferos da Era do Gelo em outras lagoas. Em 2013, após uma escavação preliminar no local, foi encontrado parte do crânio de uma preguiça gigante.
Foto: Divulgação/UFPI
Segundo o prof. Juan Carlos, os fósseis foram encontrados em três lagoas da cidade de Várzea Branca. “No total estivemos trabalhando em três lagoas e nas três encontramos muitos fósseis. Fizemos escavações usando maquinaria pesada no fundo da lagoa de Várzea Branca que nesta época do ano fica seca. Com a ajuda de um trator foram feitas trincheiras de dois metros de profundidade e no fundo começamos a encontrar os fósseis que estávamos procurando”, disse.
Dente de preguiça gigante. (Foto: Divulgação/UFPI)
Letícia Castelo Branco, estudante de Arqueologia que participa da pesquisa, destacou a importância da experiência em Várzea Branca. “Foi algo impressionante em todos os sentidos. É um território recheado de espécies de animais pertencentes ao grupo da megafauna, as quais habitaram o local há milhares de anos. Enquanto estudante, sei que as atividades realizadas no local foram de grande relevância para o meu desenvolvimento acadêmico, uma vez que é imprescindível estar em contato direto com aquilo que vemos em sala de aula”, destacou.
O Prof. Juan Carlos também pontuou que a pesquisa está em fase preliminar. “Estamos começando a analisar os materiais encontrados, fazer análises mais aprofundadas para saber exatamente que parte do corpo é dentro daquela espécie já que não encontramos esqueletos inteiros. Trabalharemos muito neles até publicarmos um estudo com os resultados finais”, complementou.
Todo o acervo de vestígios encontrados foi encaminhado ao laboratório de Paleontologia na UFPI para processo de triagem, limpeza e catalogação.