O Piauí é um dos estados mais mal representados quando o assunto é investimento na indústria criativa e em projetos culturais. No ano de 2020, esse setor representou apenas 0,31% do PIB do estado. Pouco, se compararmos ao Estado de São Paulo, onde a indústria criativa apresentou a participação mais relevante dentro do Produto Interno Bruto dos estados brasileiros: 3,69%.
O PIB da Economia da Cultura e Industrias Criativas no Brasil, ano 2020, foi apresentado na tarde de hoje (10), na cidade de São Paulo, pela Fundação Itaú. O relatório, que se baseia em dados do IBGE e Ministério do Trabalho, mostra, por exemplo, que naquele ano o setor criativo empregava quase 7 milhões e 500 mil pessoas e que movimentou mais de R$230 bilhões.
(Foto: Bruno Poletti)
Os idealizadores do projeto acreditam que os dados podem servir para a construção de uma agenda comum entre a política cultural e a economia do país. “É absolutamente pacificado que cultura e arte nos torna humanos, nos traz valor. O que queremos mostrar é que a cultura também traz recursos para o país, gera riqueza”, defendeu o presidente da Fundação Itaú, Eduardo Saron.
(Foto: Bruno Poletti)
Entre os anos de 2012 e 2020, o PIB da Economia Criativa cresceu 48%. Nesse mesmo período, o PIB do Brasil cresceu 55%. Para o pesquisador Leandro Valiati, que é professor da University of Manchester e um dos coordenadores do levantamento, esse dado diz muito sobre o potencial da indústria criativa em gerar riqueza. “Se a Industria Criativa já cresce muito mais em relação a outros seguimentos, imaginem se tivéssemos uma política de investimentos proporcional a outros setores?”, indagou.
(Foto: Bruno Poletti)
Segundo os organizadores do PIB da cultura, nesse levantamento ainda não é possível medir o impacto da pandemia de covid-19 nas iniciativas culturais e nas empresas produtoras de conteúdo. Isso porque muitas dessas empresas, em 2020, ainda buscavam alternativas para se manter em funcionamento. O pagamento do auxílio emergencial, que garantiu renda aos profissionais do setor, também impacta nessa análise. Eles consideram, no entanto, que os dados de 2021 poderão dar uma ideia mais clara do impacto da pandemia e do esfacelamento das políticas públicas na área da cultura promovido pelo Governo Federal, nos últimos anos.
Fonte: Karliete Nunes - Enviada especial à São Paulo