A polícia segue nas investigações a respeito da morte do pequeno Wesley de Carvalho Pereira, que teria sido assassinado durante um ritual religioso pela própria família em Teresina. Em entrevista concedida a uma emissora de TV local, o delegado que preside o inquérito, Antônio Barbosa, explicou que o corpo do bebê não foi encontrado no local indicado pela família e nem qualquer outro vestígio de que a criança tenha sido morta ou queimada ali.
Leia também:
Caso Wesley: familiares são presos suspeitos de participarem de ritual que matou bebê
Criança morta em ritual: Ela amava o filho dela, diz mãe ao defender inocência da filha
Mãe alega que bebê foi queimado após morrer durante jejum de duas semanas
A falta do corpo não chega a descaracterizar o homicídio. Isso porque, segundo explicou Barbosa, a justiça entende que pode haver assassinato sem o cadáver já que a investigação não trabalha apenas com provas diretas, mas também com indícios que apontam na direção do fato apurado.
Wesley Pereira foi morto durante ritual religioso praticado pela família - Foto: Reprodução
Um fator que tem dificultado o andamento do inquérito é a falta de detalhes e contradições dos depoimentos dos investigados. Segundo o delegado Antônio Barbosa, eles não conseguem expressar com clareza o que de fato aconteceu, apesar de a própria ter afirmado que a criança está morta.
“Alguns deles falam que a criança teria morrido por doença, teria sido encontrada morta e que eles resolveram queimar o corpo. Outros dizem que não, que foi durante esse evento religioso. Eles não entram em detalhes de como aconteceu essa morte durante esse evento, se o bebê foi sacrificado, se morreu de inanição por ter jejuado. Isso prejudica nossa investigação”, discorreu o delegado.
Por conta da superficialidade dos depoimentos colhidos até agora, a polícia deve fazer uma acareação entre os investigados. No momento, sete pessoas da família de Wesley estão custodiadas: quatro adolescentes, que cumprem internação provisória, e três adultos que estão presos temporariamente. Entre os adolescentes está o menino de 12 anos que, segundo a polícia, seria cultuado pela família como uma espécie de profeta e os teria induzido a fazer o ritual que resultou na morte da criança.
Ontem (21) a prisão temporária dos pais e dos avós paternos de Wesley foi prorrogada por mais 30 dias.