O vigilante que matou a tiros Nilton César Silva
Aguiar, durante uma tentativa de assalto a um agência da cooperativa de crédito
Sicoob, revelou em um áudio que o sensor da porta giratória não detectou a arma
que estava em posse do criminoso ao adentrar a agência. No áudio, ele pede que
os colegas de profissão solicitem uma manutenção nos equipamentos, para evitar
novas falhas. O caso aconteceu na manhã de ontem (20), no município de São
Mateus no estado do Maranhão.
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“Peçam para fazer uma manutenção nessas portas giratórias, porque a minha aqui não detectou nem o ferro na perna dele e nem o [revólver calibre] 38. Eu pedi para ele levantar a camisa lá fora, ele levantou, quando ele tentou entrar, se travasse, ele não ia entrar, mas a porta não travou. A porta não travou de jeito nenhum”, revela o vigilante.
O suspeito morto durante a tentativa de assalto já possui passagens pela polícia e havia sido condenado a 26 anos de prisão pela morte do policial Erisvan Mesquita Silva, ocorrida em novembro de 2015. Ele era considerado foragido pela Justiça do Piauí após fugir do sistema prisional em março deste ano.
Nilton César foi quem entrou na agência simulando estar com a perna quebrada. De muletas e com um chapéu de palha na cabeça, ele chegou a ser parado pelo vigilante, que solicitou que ele levantasse a camisa, mas a arma escondida não foi percebida pelo profissional. O sensor da porta giratória, localizada na entrada da agência, deveria detectar uma determinada quantidade de metal com o usuário, fazendo com que equipamento travassee automaticamente, impedindo a entrada. Contudo, mesmo com um metal na perna e a arma, Nilson passou pelo equipamento e conseguiu acessar a área interna da cooperativa de crédito.
“Ele simulou que estava com a perna quebrada, já tinha ido semana passada e a gerência pediu para liberar ele, mesmo eu fazendo revista e pedindo documento, a gerência pediu para liberar, e eu já fiquei veaco. Quando ele foi nessa segunda vez, não ia deixar ele entrar nem com a gerência autorizando. Quando eu pedi para ele levantar a camisa, ele levantou, aí eu disse: ‘quando ele passar pela porta e apitar, eu vou dizer: o senhor não vai entrar, só com o documento’, mas a porta não travou, a porta ligada e tudo, não travou, fiquei encabulado com isso [sic]”, disse o vigilante.
Além de Nilton, outros dois comparsas também participaram da ação criminosa. Contudo, após o vigilante reagir à tentativa de assalto e balear o suspeito, os outros dois envolvidos conseguiram fugir. No áudio, o profissional conta que, ao suspeitar do comportamento dos três, ficou a arma na mão, o que facilitou a reação ao ser abordado por Nilton.
“Fiquei atento nos dois, só que chegou um lá fora com a roupa de mototaxista, que não é de São Mateus. Nessa, eu fiquei atento nos que estavam dentro e no que estava fora, mas como eu gosto de usar o revólver com coldre na perna, eu já puxei a arma e fiquei com a arma na mão, só com o cano dentro do coldre, porque eu sabia que quem ia vir para cima de mim, era esse miserável. Quando ele veio, veio gritando ‘não reage’, só que eu já estava em QAP para atirar nele”, contou.
Durante a ação, o vigilante foi atingido por um disparo na região do braço, mas foi socorrido e passa bem. Já Nilton César não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da agência.
Em entrevista à O DIA TV, o delegado Tales Gomes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), revelou que Nilson César era suspeito também de ter participado de um sequestro relâmpago que teve como vítima um empresário na região de Campo Maior. O delegado destacou a periculosidade do acusado que, mesmo ferido, ainda deflagrou disparos na tentativa de atingir o vigilante.
“O bandido mesmo atingido, você observa a vontade de matar. Ele ainda foi para o balcão, atirou no segurança. O rapaz de colete, ainda pegou em um local não protegi pela placa balística. Ele [Nilson César] era apontado no Piauí por um sequestro relâmpago contra um empresário”, destacou.