Quatro adolescentes em conflito com a lei que cumprem medida socioeducativa tentaram fugir do Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina na madrugada desta sexta-feira (13). A informação foi confirmada ao Portal O Dia pelo diretor da unidade, Ricardo Silva. De acordo com ele, os menores serraram as grades de um dos alojamentos e tentaram e chegar ao muro, mas foram impedidos por agentes de segurança.
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Os internos ainda teriam rendido um agente, fazendo-o refém e no confronto, tanto ele quanto um dos menores teriam se ferido. “A movimentação começou por volta de duas horas da madrugada, quando houve a tentativa de fuga. Chegamos lá com a tropa de choque e havia um interno e um agente ferido. Eles serraram as grades do alojamento, usaram as barras de ferro para render o educador e causaram uma perfuração com o objeto nele", relata o capitão Tanaka, do BPRONE.
O educador e o interno tiveram que ser levados para o hospital. Os policiais, então, fizeram uma vistoria noa alojamentos do CEM e a situação foi controlada.
Foto: O Dia
A coordenação do CEM negou que a tentativa de fuga tenha provocado um motim dentro da unidade. Segundo Ricardo Silva, os quatro menores foram realocados em um novo alojamento e o Centro passa por vistoria também na manhã de hoje. “No momento a situação está controlada e estamos procedendo com uma vistoria para garantir que a situação não volte a se repetir”, afirmou Ricardo.
A coordenação do CEM abrirá investigação para apurar como os objetos usados pelos internos para serrar as grades do alojamento entraram na unidade.
Decreto de emergência
Em julho deste ano, o governador Wellington Dias decretou situação de emergência para poder fazer reformas no Centro Educacional Masculino (CEM) dada à situação das condições físicas e estruturais da unidade. Ao longo de 2019, o CEM já registrou diversas tentativas de fuga, dentre elas uma em maio, quando sete adolescentes em conflito com a lei escaparam do local após serrarem as grades do alojamento onde estavam recolhidos.
Três meses depois, em agosto, os reeducandos queimaram colchões e danificaram algumas alas da unidade durante uma rebelião. À época, o CEM abrigava 150 internos, mesmo tendo capacidade para abrigar apenas 80.
Por: Maria Clara Estrêla