Dez testemunhas de defesa e de acusação foram ouvidas pelo juiz titular da 6ª Vara da Família do Tribunal de Justiça do Piauí no caso do estudante de Medicina acusado de abusar sexualmente de duas primas e duas irmãs em Teresina. Marcos Victor Aguiar Dantas está foragido desde outubro de 2021, quando teve sua prisão decretada pela justiça. A audiência ocorreu sem a presença do réu, que neste caso é considera réu revel, ou seja, aquele que deixa de se defender mesmo tendo sido oficialmente informado da existência de processo judicial contra ele.
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Como testemunhas de acusação foram ouvidas as mães de duas vítimas, a avó das vítimas e inclusive uma das vítimas, uma criança de apenas 3 anos de idade. No rol das testemunhas de defesa se apresentaram a mãe o pai de Marcos Victor, uma ex-namorada do estudante de Medicina, os avós do rapaz e um tio.
Marcos Victor Aguiar Dantas está foragido desde o ano passado - Foto: Reprodução/Redes sociais
Para a mãe de uma das vítimas, Priscila Karine Coelho, a audiência foi um misto de revolta com esperança. Revolta pela ausência do réu e o sentimento de impunidade pelo tempo que ele já está foragido sem se manifestar no processo; e esperança pela possibilidade de ele ir a julgamento e ser condenado mesmo não tendo comparecido a nenhuma das convocações judiciais que recebeu até aqui.
“A defesa foi só a família dele e o que mais nos deu surpresa foi o pai dele ter defendido sendo que também é pai das vítimas. A participação da mãe dele também causou revolta na gente porque ela está com ele, nós temos certeza que ela sabe o paradeiro dele. Como ela foi contatada para participar da audiência mesmo que de forma online e não acharam ele?”, questionou Priscila Karine. A família denuncia que Marcos Victor está sendo mantido pelos pais depois que foi expulso da faculdade de Medicina em Manaus.
Priscila Karine é mãe de uma das vítimas - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Entenda o caso
Em julho de 2021, a família tomou conhecimento dos abusos sexuais praticados por Marcos Victor Aguiar Dantas contra as primas e irmãs de 3 e 15 anos. Os crimes, segundo elas relataram aos familiares, ocorriam em meio a jogos e brincadeiras no apartamento onde o estudante morava com as vítimas na zona Leste de Teresina.
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Em conversa com o Portalodia.com, a mãe de uma das vítimas, Priscila Karine, disse que na audiência, as testemunhas de defesa tentaram minimizar os atos praticados por Marcos Victor afirmando que ele os cometeu quando ainda era adolescente o que, portanto, não se caracteriza como crime. Logo, ele não deveria responder por isso.
Marcos Victor chegou a confessar os atos praticados em uma mensagem de Whatsapp divulgada à época que o caso veio à tona. No texto ele diz que “essa foi uma parte obscura da minha vida que me envergonha muito e que eu nunca mais queria voltar. Não existe nada que justifique o que aconteceu, nada que me exima”. O estudante de Medicina também pediu perdão na mensagem e afirmou estar disposto a fazer o que for para “tentar reverter todo impacto negativo que causou”.
Em entrevista à reportagem, Priscila Karine disse que não existe perdão em uma situação como estas e que quer que a justiça seja feita.
Marcos Victor está foragido desde o ano passado. Ele estava em Manaus cursando faculdade de Medicina e não se apresentou nenhuma das vezes em que foi intimado judicialmente para se manifestar sobre o caso. O estudante entrou na lista de procurados pela Polícia Federal.