Atualizada às 13h52
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (07), a operação Dom Casmurro com objetivo de cumprir doze mandados de busca e apreensão nas empresas Crescer e Instituto Machado de Assis, ambas de Teresina, por suspeita de envolvimento em fraudes em licitações de concursos públicos do município de Cocal.
Leia também:
Jovem encontrada em União é devolvida “com restrições”, diz secretário
Segundo o delegado Ferdinando Martins, coordenador da Deccor, indícios apontavam que os concursos públicos realizados pelas empresas eram feitos de maneira irregular. A partir disso, ficou comprovado que os concursos que possuíam indícios de fraude eram organizados pelas duas empresas investigadas.
"A gente já vinha investigando essas duas empresas e as pessoas que operam nelas, foi quando percebemos que várias licitações realizadas por elas tinham editais direcionadas para que apenas uma das empresas sagrasse vencedora da licitação, e percebemos que tudo isso era dolosamente direcionado pelo município para favorecer uma das duas" afirmou o delegado.
Ainda segundo o coordenador, as empresas também são suspeitas de estarem envolvidas com resultados de concursos polêmicos, tanto no Piauí quanto no estado do Maranhão.
Ferdinando Martins ressaltou que a população pode colaborar com as investigações caso tenha se sentido lesada por algum das empresas investigadas. "Estamos com um canal aberto para a sociedade que quiser denunciar alguma situação envolvendo essas empresas, que será garantido o sigilo, para que a gente possa corroborar mais indícios da ações delas", disse.
A Polícia Civil informou ainda que pessoas envolvidas com as empresas também estão sendo investigadas. Na mesma operação, foram afastados cautelarmente dos cargos o Secretário de Administração de Cocal e pessoas que atuaram como membros da Comissão Permanente de Licitação do referido município no ano de 2018.
Deccor investiga fraudes em licitações no município de Cocal. (Foto: Divulgação)
A operação foi deflagrada a partir de investigações da DECCOR e de informações do Ministério Público de Cocal, quando foram constatados que as duas empresas alvos dessa operação ganhavam constantemente as licitações para elaborar concursos públicos municipais a partir de editais direcionados.
A denominação da operação guarda relação com o nome de fantasia de uma dessas empresas investigadas, o Instituto Machado de Assis, localizado no bairro Ininga, zona Leste de Teresina.
Participam ainda da operação o Ministério Público de Cocal, promotores membros do GAECO, a Diretoria de Inteligência da Policia Civil, Polinter, GRECO, DEPRE, Delegacia de Crimes Cibernéticos, a Gerência de Polícia Especializada (GPE), e auditores do Tribunal de Contas do Estado.
Ao todo, mais de 50 policiais civis, bem como Promotores de Justiça e auditores do TCE-PI realizam as diligências.
Contraponto
A reportagem do O Dia entrou em contato com o Instituto Machado de Assis, investigado pela Deccor, mas as ligações não foram atendidas.
Por: Nathalia Amaral / Jorge Machado